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E Se Eu Te Seduzir?

Capitulo 1

Um dia de trabalho qualquer:
Eduardo havia ralado bastante, seu chefe havia decidido arrancar o couro de toda equipe. Em como todo escritório de engenharia, quando algo saia minimamente fora do planejado, muito dinheiro se perdia e petróleo não estava (ainda) jorrando em sua sala. Poucas vezes o ambiente do escritório tinha estado tão estressante. Por isso, ao final daquela segunda-feira, resolveu sair um pouco, se divertir: ele, um bom bar e o absolut velho de guerra.
          
Um dia de trabalho qualquer: Fernanda, como se era de esperar, havia sido chamada às pressas para ser a hostess de uma festa do tipo que estava acostumada – para poucos e endinheirados. Seu trabalho era selecionar essas pessoas, preferencialmente os realmente bonitos. Tais eventos costumavam pagar muito bem, mas davam trabalho: no Rio todo mundo se acha vip. Quando chegou, pediu uma Marguerita. Agora sim estava pronta para encarar a porta, sua beleza e disposição revigoradas.
          
Famosos entraram, ilustres desconhecidos foram barrados e pessoas interessantes foram liberadas. É nesse último grupo que se encaixa o homem lindo e alto que Fernanda tem à sua frente.
          
– Nome, por favor? – checando a lista de convidados.
          
Olhando-a de cima a baixo e constatando a bela mulher que via, Eduardo responde:
          
– Eduardo. Eduardo Dantas.
          
– Bom, Eduardo Dantas, seu nome não está na lista, mas como o poder de escolha é meu, vou deixá-lo entrar. Para minha diversão, claro... – diz com o seu sorriso arrasa-quarteirão.
          
– Sendo assim, te espero lá dentro...
          
– Fernanda.
         
Novamente sorriem um para o outro, pensando exatamente a mesma coisa: “me dei bem”.
          
Finalmente Fernanda avisa ao segurança que seu trabalho havia sido feito e que agora ninguém mais entraria, e foi em busca do seu alvo, sem antes cruzar com diversos homens que tentavam algo mais do que seu sorriso sexy, porém profissional. Hoje só havia um homem que poderia tomar dela mais do que isso. E, assim, ela o avistou. Estava sentado no canto do bar. Sem precisar fazer qualquer esforço, a mulherada tentava, uma após a outra, chamar a atenção daquele moreno que brincava com seu copo de vodka.
          
– E então, Eduardo Dantas, divertindo-se? – disse Fernanda chegando ao seu lado, quase o tocando, enquanto jogava o cabelo para o lado.
          
– Ainda não, estava esperando por você. – com um sorriso daqueles que faz qualquer mulher se sentir mais fêmea que nunca.
          
– Então, prepare-se: diversão é minha especialidade. – Fernanda bebe o último gole do copo de Eduardo e o puxa para a pista de dança.



Capítulo 2
          
          
Na pista, Fernanda dançava sensualmente para Eduardo, ela queria deixar claro a sua intenção: Ela o desejava, e Fernanda podia ver em seus olhos que ele compartilhava do mesmo desejo por ela. Ela sempre foi ousada, sempre correu atrás dos seus objetivos, na vida profissional. E no amor? Amor, não, não! Ela havia se proibido de se apaixonar, depois da última experiência desastrosa que teve com Ricardo, ela só pensava em curtir e aproveitar a vida ao lado de caras como Eduardo: lindo, sarado e muito interessante! Eduardo também partilhava a mesma ideia de relacionamento de Fernanda, não estava pronto para se apaixonar, ele gostava da sua vida como estava, simples e fácil, sem os dramas dos relacionamentos. Poderia até soar frio, mas ele só queria sexo com as mulheres, e era isso que ele pretendia fazer hoje com Fernanda. Dançaram mais um pouco, movimentos sincronizados com promessas de uma noite de muito prazer, Eduardo já não aguentava mais ficar sem descobrir o gosto que Fernanda tinha, a puxou para o canto e a beijou. Fernanda mal podia acreditar o quão incrível era aquele beijo, começou lento e foi ficando mais intenso, Eduardo explorava cada canto de sua boca, sua língua percorria seus lábios de uma maneira sexy e surpreendente, as mordidinhas que ele dava em seu lábio inferior, causavam um efeito em um local bem especifico nela! Como era possível ela já estar tão excitada só com aquele beijo... Eduardo já não conseguia esconder o tesão que sentia com o beijo de Fernanda, ela era deliciosa , e aqueles gemidinhos que ela dava enquanto ele a beijava , já o estavam deixando tão duro que por pouco não a arrastou para o banheiro para transar ali mesmo. Com muito esforço, ele se afastou daquela boca e sussurrou em seu ouvido: 


– Eu acho que deveríamos ir para um lugar mais tranquilo. Ela ainda sem fôlego após aquele beijo incrível apenas disse: 


– Concordo. 

Eles então seguiram para o carro de Eduardo, um Volvo V40, Fernanda logo pensou: “Nossa, lindo desse jeito e com esse carro esse cara deve pegar a mulher que ele quiser, que sorte a minha”. Eduardo muito gentil, conforme sua mãe o educou, abriu a porta do carro para Fernanda, e seguiu para o seu lado. No caminho eles quase não conversaram, Eduardo sabia que geralmente essas mulheres tão lindas como Fernanda eram fúteis e sem conteúdo, e ele já perdera a conta de tantas mulheres lindas que abriam a boca só para falar sobre  roupas de marca e viagens caras! Fernanda tentou puxar assunto.
 

– E então, Eduardo, para onde vamos? – ele deu um sorriso malicioso.
 

– Pensei em irmos para o meu apartamento. – ela pensou por um momento.
 

– E você sempre leva desconhecidas para o seu apartamento? 
 

Ele respondeu imediatamente:
 

-  E você sempre entra em carros de desconhecidos? – ela ficou surpresa com sua resposta. 

– Ponto pra você! Mas não, normalmente são os desconhecidos que entram no meu carro – e riu. Ele também riu de sua resposta audaciosa, e logo chegaram logo ao apartamento dele. Eduardo morava sozinho, no 23° andar de um apartamento que ficava em um bairro nobre do Rio de Janeiro, o Leblon. Fernanda ficou impressionada com o local, tão amplo e organizado, mas nem teve tempo de reparar nos detalhes, e quando se deu conta, Eduardo já a estava empurrando contra a parede, a beijando, seu agora com mais urgência , a necessidade crua de explorar mais essa linda mulher. Fernanda correspondeu imediatamente, puxou seu cabelo, queria sentir mais esse corpo musculoso em suas mãos. Ela não perdeu tempo e tirou sua camisa, ele era ainda melhor: seus músculos eram definidos e tinha braços másculos e fortes. “Ele malha com certeza” – pensou Fernanda. Ele então a pegou no colo, nunca soltando de seus lábios, e a levou para o quarto, a colocou em pé e lentamente abaixou o zíper de seu vestido, quase perdendo o fôlego quando viu a lingerie que ela usava: um conjunto branco de renda. Ele nunca havia visto uma mulher tão linda assim e quando percebeu já estava soltando as palavras:
– Você é muito linda.
Ela se sentiu mais sexy e poderosa, e retribuiu o elogio:
– Você também não é tão ruim assim.
Ele riu e a deitou na cama.
– Eu quero estar dentro de você, Fernanda, desde o momento em que eu te vi na boate.
E deslizou a alça de seu sutiã, deixando seus seios expostos, eram os mais lindos que ele já vira, redondos e empinados, e ele beijou cada parte, dando atenção especial para os mamilos grandes e rosados dela. Fernanda achava que iria gozar daquele jeito mesmo, que sensação incrível! Eduardo beijava seu corpo com uma delicadeza que ela já não sentia há muito tempo, mas ela queria mais, queria senti-lo dentro dela, e com um tesão absurdo e com muita dificuldade, ela abriu o zíper da calça dele e tentou puxa-la, sem sucesso, Eduardo rindo disse:
– Precisa de ajuda ai?
– Por favor – respondeu com uma voz aguda de necessidade, ele então abaixou sua calça expondo sua cueca boxer. “Santo Deus”, Fernanda pensou, “Tirei a sorte grande hoje, que homem mais maravilhoso”. Ele então voltou a atenção em seus seios, suas mãos percorrendo seu tórax, sua barriga, sua virilha, até chegar à parte mais necessitada de Fernanda, então enfiando os dedos dentro de sua calcinha. 

– Minha nossa, como você já está pronta pra mim.
E começou a acaricia-la, enfiou dois dedos dentro dela e ao mesmo tempo chupava seus mamilos dando pequenas mordidinhas, Fernanda sentiu o orgasmo se aproximar, e Eduardo percebendo isso, intensificou as carícias e aumentou o ritmo, e então Fernanda gozou, de uma maneira forte e intensa, soltou um gemido alto e gritou o nome dele.  “Meu Deus, que mulher é essa? Que delicia vê-la gozando” - pensou Eduardo, ele queria sentir o gosto dela e chupa-la ate ela gozar novamente chamando seu nome, mas ele já não aguentava mais, precisava senti-la dentro dele, e então abaixou sua calcinha e retirou o sutiã. Enquanto pegava uma camisinha no criado-mudo, mal percebeu que Fernanda já estava de joelhos abaixando sua boxer, e ela então começou a chupa-lo, queria dar a ele o mesmo prazer que ele havia dado a ela.
– Querida, vá com calma – ele disse – Eu estou com tanto tesão que com certeza não vou mais aguentar nem um minuto.
Ela riu, levantando-a e a deitou na cama novamente, ela o apreciou, vendo-o pelado colocar a camisinha, ele se deitou sobre ela e a beijou, agora mais devagar, um beijo absurdamente sexy e então a penetrou. “Que sensação maravilhosa”, os dois pensaram juntos. Ele a preenchia de uma maneira incrível, a cada estocada ela se sentia mais completa, aquele encaixe era perfeito, e Fernanda novamente viu o orgasmo se aproximar. Eduardo já não aguentava mais de tanto tesão, mas queria vê-la gozar novamente, pois ela ficava ainda mais linda quando gozava, e ele então percebeu que ela já estava quase lá...
– Goze, linda, quero ver você gozando de novo – e com isso ela gozou, linda e deliciosamente. Aquilo foi a perdição de Eduardo, ele se deixou gozar também, os dois ficaram ali parados por alguns minutos, nenhum dos dois querendo deixar aquele momento gostoso, mas Eduardo se lembrou das suas regras, nada de deixar a mulher dormir com ele. Então ele se levantou e foi tomar um banho, quando voltou encontrou Fernanda sonolenta em sua cama. – Querida, você quer tomar um banho?
“Banho parece uma ótima ideia agora, devo estar toda descabelada” – pensou Fernanda. – Sim, claro – respondeu a ele.
– Eu coloquei uma toalha limpa para você lá.
E ela então foi para o banheiro, e no banho Fernanda ficou relembrando as cenas do sexo incrível que acabara de fazer, ela não via a hora de transar de novo com ele. “Que homem incrível”, pensou. Saindo do banho, se enxugou e enrolou a toalha ao redor do corpo, e ao chegar ao quarto, Eduardo já estava vestido com a calça de um pijama cinza, e então ele disse:
– Se arrume, linda, eu já chamei um táxi pra você. “Um táxi?”, pensou ela.
– Pra quê? - e então Fernanda entendeu: ele estava a dispensando...



Capítulo 3

No táxi, a caminho de casa, Fernanda mal podia acreditar no que tinha acabado de acontecer, não eu ela nunca tivesse passado por isso antes, mas sua indignação se dava pelo fato de que desta vez ela se importou! Nunca havia encontrado um homem como Eduardo, mesmo tendo inúmeros outros para comparar, ela se orgulhava de nunca se deixar abalar por homem nenhum, era ela que os dispensava, nunca ao contrario!

Quando menos percebeu já havia chegado em casa, estivera absorta em seus pensamentos durante todo o caminho. Desceu do carro desejando bom trabalho ao taxista e foi em direção a entrada do prédio em que morava. 

Em casa tão cedo Srtª Fernanda? Perguntou o porteiro que mais parecia uma velha coroca e fofoqueira querendo saber da vida de todo mundo do prédio.

– Não te interessa! Pensou Fernanda, mas apenas balançou a cabeça afirmativamente murmurando um humhum com cara de poucos amigos.

 

Entrou, apertou o botão do elevador, morava no quinto andar, enquanto esperava, sem querer, imagens vinha na sua cabeça a todo momento e ela quase podia sentir o sabor dos beijos de Eduardo ou o calor dos seus braços...

A porta do elevador se abriu e dele saiu que ria tanto que poderia muito bem ter acordado o prédio inteiro, a garota estava vermelha como um pimentão e fazia de tudo para que seus olhares não se cruzassem. Finalmente saíram do elevador e Fernanda entrou, lembrando de uma passagem em um livro que havia lido recentemente concordando sobre o efeito que tinha os elevadores...

 

Abriu a porta, ascendeu a luz, jogou as chaves em uma mesinha ao lado e seguiu para a cozinha, lá encontrou, como sempre, sua gatinha Nonoca, Fernanda passara meses para encontrar um lugar que a aceitasse, não queria deixar em outra casa o último presente que recebera da sua avó. – Oi meu amor! Mamãe chegou cedo hoje né?! Mas aposto que você adorou! Vamos procurar alguma coisa pra comer, venha...


Colocou a comida da gatinha e foi para o quarto se deitar, depois de algum tempo tentando dormir sem sucesso, levantou-se e pegou um livro de sua mini-biblioteca para ler na varanda.

 

Após a partida de Fernanda, Eduardo não conseguia dormir, não entendia aquela sensação incômoda de que a tinha mandado embora cedo demais.


– Seu burro! Você poderia ter aproveitado um pouco mais da noite com ela! Falou para si mesmo, ao mesmo tempo em que se defendia dizendo que a tinha dispensado depois da mesma quantidade de tempo que todas as outras. Ele não queria admitir que gostaria de tê-la ao seu lado até o amanhecer...

 

Trocou os lençóis, pois era isso que sempre fazia quando levava uma mulher pra lá, mas desta vez se pegou reparando que o cheiro do perfume dela havia ficado impregnado ali. Ignorando esses pensamentos pôs os lençóis no cesto e colocou outros sobre a cama, deitou-se, ligou a televisão e tentou dormir, tentou... No dia seguinte acordou cedo, mesmo sem ter que ir trabalhar, era sábado e Eduardo se viu entediado durante todo o dia, sem saber, mas na verdade sabendo muito bem o porquê. No domingo seu humor estava um pouco melhor para ir à casa de um de seus amigos do trabalho para jogar video-game, coisa que faziam toda semana, caso não estivessem todos de ressaca, assim como toda quinta jogavam futebol na praia.
Às duas horas da tarde, Fernanda resolveu se levantar, geralmente acordava mais cedo, mas hoje sem saber porque, o que na verdade sabia muito bem, não quis se levantar da cama tão cedo, mas já não podia ignorar Nanoca, que já estava morrendo de fome e impaciente para sair. Alimentou-a e foi tomar um banho. Pôs um biquíni, o menor que tinha, em vestido, pegou a bolsa e saiu para o posto 9. Poe volta das quatro e meia, quando já voltava para casa, o celular tocou, era seu agente com a proposta de ser hostess de alguma festa naquela noite...
– Fernanda, minha rainha!
– Oi, Palmito! Diga-me que já tem alguma coisa para mim hoje à noite.
– Obviamente! Uma beldade como você jamais fica parada! Temos dois locais esta noite e você pode escolher: a mesma boate de ontem ou uma outra que está inaugurando essa noite.
– Eu fico com essa inauguração...
– Sério? A boate de ontem paga tão bem...
– Mas eu não quero ir pra lá, só isso, mande a Vivian no meu lugar...
– Calm down, relax, você quem manda! Anota aí o endereço. E vou logo avisando que o contrato é de um mês!
– Tudo bem, sem problemas. A semana veio e passou. Outro final de semana se aproximava. Fernanda e
Eduardo estiveram mais próximos do que poderiam imaginar: numa quinta-feira estiveram na mesma praia e por pouco não se encontraram. Ele jogava bola e ela caminhava na areia, quando quase fora atingida pela bola que Eduardo tinha jogado: ele havia marcado um gol e estava de costas para ela, que fazia cara feia pra o grupo. Um amigo, que foi atrás da bola, tentou se desculpar, mas elao ignorou.  Ele retornou dizendo:
– Essas mulheres são muito esnobes mesmo! Fui pedir desculpas àquela ali e ela virou a cara e foi embora!
Eduardo sentiu o sangue gelar nas veias, pois tinha quase certeza de que era Fernanda, mas ignorou a sensação. Além do mais, os rapazes já estavam iniciando novamente a partida. Eduardo passou toda a sexta-feira distraído, à ponto de ser chamado à atenção, mas, enfim, o dia terminou e ele se encontrou com os cinco amigos na saída da empresa. Eram todos livres e desimpedidos, planejando o fim de semana. 
Quando chegou, um deles, conhecido como baiano perguntou: 

– E aí, Du, você vai ter que decidir.
– Decidir o quê?
– Estamos pensando em ir numa boate que inaugurou semana passada. O Ricardo disse que conhece o cara que pode nos colocar lá dentro sem nenhum problema.
– Quem, o tal Palmito?
– Esse mesmo!
– Só tem um problema: se a gente for lá hoje, com certeza, não vai rolar video-game amanhã na tua casa.
– Tem nada, não, oportunidades não irão faltar para eu acabar com você como sempre!
– Hahahaha, engraçado, né? Então já é?
E Eduardo respondeu mais animado do que realmente estava:
– Cara, vamos falar logo com esse tal de Palmito, entrar naquela parada, encher a cara e pegar geral!
– Isso aí, assim que se fala! – exclamaram todos animadamente.
– Então vamos por volta das onze, todo mundo lá na casa do Eduardo pra gente curtir até o dia amanhecer! Afinal, hoje é sexta e a saideira só vai rolar no domingo de madrugada!



Capitulo 4

Eduardo partiu com os amigos pra boate Seduction. Foram no caminho fazendo planos, farra, zoando. Era uma algazarra só. Quando eles chegaram à porta da boate a fila era imensa. Eles nem podiam acreditar.
Havia um cordão na frente da porta e dois homens que mais pareciam doisarmários, faziam a segurança.
Eles pegaram a fila quase dobrando a esquina. Um dos amigos de Eduardo foi até a porta da boate ver o que ele podia fazer, uma vez que estavam ali em nome do Palmito.
- Espera ai galera, vou La na frente resolver essa parada. Esse lance de fila é pra perdedores.
E quando Ricardo disse isso, Eduardo e os outros amigos caíram na gargalhada. Duas meninas que estavam na frente deles, na fila, fizeram cara feia. E os rapazes riram mais ainda.

Quando Ricardo chegou à porta da boate, viu Fernanda. Ela usava um vestidovermelho justo, salto alto e seus cabelos soltos, emoldurando seu rosto. O cara ficou encantado. Ele a chamou em um canto. A principio ela ignorou, mas ele insistiu.
- Que isso princesa. É só um minuto.
Um dos seguranças foi em direção a Ricardo, mas Fernanda observou bem, e reparou como Ricardo era um belo espécime. Ela levantou a mão para que o segurança não se manifestasse.
- Em que posso ajuda-lo...?
- Ricardo.
- Ricardo! Então, em que posso ajuda-lo?
- Eu sou amigo do Palmito, ele me mandou vir aqui hoje. Acabei de chegar e essa fila está enorme. O que você pode fazer por mim princesa?
- Bom Ricardo, acho que podemos resolver o seu problema, já que gostei de você e é amigo do Palmito.
- Oh princesa. Eu sabia que você podia me ajudar. Agora escuta. Tem uns amigos comigo. Sou eu e mais quatro. Você pode fazer isso por mim, não pode?
- Se eles forem tão bonitos quanto você, acho que posso ajudar.
- Ih princesa, aí complica, bonito igual a mim? Tá pra nascer novamente.
- eles caíram na gargalhada. E dando um beijo na mão de Fernanda, Ricardo saiu pra ir chamar os outros rapazes.
         

Assim que Eduardo e seus amigos viram Ricardo se aproximar, eles já foram logo fazendo aquela algazarra. Ele chegou próximo e disse - Tudo resolvido galera. A hostess vai nos colocar pra dentro, mas ela disse que só se vocês fossem bonitos como eu. Acho que você vai ficar barrado Eduardo. – brincou Ricardo enquanto os amigos riam.
Neste momento as duas meninas que estavam na frente deles, duas loiras com corpão, olharam pra Ricardo e deram uma risadinha. Uma delas se insinuou. Elas queriam aproveitar e ir nesse embalo, pra entrar mais rápido também. Ricardo percebeu e resolveu curtir com a cara delas.
-Ô princesas, eu adoraria levar vocês La pra dentro conosco, mas a hostess foi bem clara quando disse que as pessoas comigo tem que ser lindas.
Todos os rapazes caíram na gargalhada e outras pessoas na fila também. Elas não eram realmente bonitas. Eram gostosas, mas não bonitas. E eles, solteirões incuráveis. Gostavam de curtir a vida assim como Eduardo. 
 Eles ainda estavam rindo quando chegaram à porta da boate. Fernanda estava de costas quando Ricardo parou com os outros na lateral do cordão de isolamento. Eduardo sentiu um tremor no estomago, achando q era Fernanda.
- Ei princesa, voltei. Estes são os meus amigos.
Quando Fernanda se virou e o olhar deles se encontraram, toda lembrança daquela noite veio à tona, os dois ficaram se fitando por alguns segundos.
Ela era um misto de emoção. Raiva, alegria. Ele estava feliz. Não sabia o porquê não entendia, mas estava contente de ter reencontrado ela.
Infelizmente o sentimento que prevaleceu em Fernanda foi de raiva. 

- Desculpa gatinho, mas seu amigo aí não poderá entrar. – ela disse apontando pra Eduardo.
Todos os rapazes protestaram. Eduardo era de longe o mais bonito deles, eles realmente estavam levando a serio aquela historia de só poder entrar quem fosse bonito. Enquanto eles protestavam, Eduardo e Fernanda se encaravam e trocavam faísca pelos olhos. Era ódio e paixão misturados em um único olhar.
- Chega! – gritou Eduardo em meio ao burburinho dos amigos - Eu vou embora.
- Não cara espera! – Ricardo protestou e se afastou puxando Fernanda pela mão. Enquanto os outros caras seguravam Eduardo pra que ele não fosse embora ainda.
- Que isso princesa? Você disse que tem que ser bonito! Não que eu ache outro cara bonito, mas é o que as meninas dizem.
- Ele realmente é bonito. O problema não é esse. 
- Então qual é?
Fernanda não sabia dizer. Ela estava sentindo uma raiva incomum dele. E apenas porque ele tinha feito sexo casual com ela e a dispensado. Tinha feito exatamente o que ela fazia com os outros caras, mas então porque ela estava com tanta raiva?
Fernanda olhou na direção de Eduardo e ele olhava fixamente pra ela. Como se não entendesse o motivo pelo qual ela estava fazendo aquilo. E ela percebeu que realmente estava sendo irracional.
- Você tem razão gatinho. Não tem motivo, vocês podem entrar. - e Fernanda se virou e fez sinal pro segurança liberar a passagem deles.
Eduardo ainda relutou um pouco, mas seus amigos literalmente o arrastaram pra dentro da boate.
Uma vez lá dentro eles dançaram. Flertaram com um bando de meninas que estava próximo a eles. No entanto Eduardo ainda estava furioso. Ele só conseguia pensar na Fernanda e no que ela tinha feito.
Horas se passaram e os amigos de Eduardo já tinham se arrumado. Cada um com uma mulher linda ao seu lado. Eduardo, entretanto, continuava no bar tomando um Dry Martini atrás do outro. Ele já tinha ate perdido a conta de quantos. De repente Ricardo aparece do seu lado, com uma morena e uma loira a tira colo.
- Ei Edu, a minha amiga aqui, tem uma amiga, que disse que achou você lindo.
Ai, como sempre! Pensou Eduardo, enquanto dava um sorriso torto pra loira e pedia mais um Dry Martini.
- Aceita um? – Eduardo perguntou à loira, torcendo pra que ela fosse embora. Ele não era uma boa companhia hoje.
- Não obrigada, eu não bebo.
- Pelo menos tem dinheiro para o taxi? Porque ele é rápido em chamar um.
Ao mesmo tempo Eduardo e a loira olharam pra trás e viram Fernanda, com um copo de Caipirinha na mão.
- O que você esta fazendo? – perguntou Eduardo bufando.
- Apenas informando a moa que ela precisa ter dinheiro para o taxi. - o sorriso cínico de Fernanda tirou
Eduardo do sério.
Ele se levantou bruscamente do banco onde estava sentado e segurou Fernanda pelo pulso. A loira ficou sem entender nada, e saiu de fininho antes que sobrasse para ela.
- Solte meu braço. – Falou Fernanda aumentando o tom da voz. Eduardo a soltou e chegou bem perto para que ela pudesse ouvi-lo.
- Você é maluca! - e ele saiu andando.

 Ele jogou umas notas em cima do balcão e saiu andando em direção à porta da boate. Fernanda não deixou por menos e foi atrás. Ele não ia ser o ultimo a dizer alguma coisa, ela pensou.
Quando ele passou pela porta, sentiu umas passadas atrás dele. Ele se virou e viu que Fernanda a seguia. Ele fingiu não se importar e continuou andando. Ela apressou o passo pra alcançar ele, mas ele tinha as pernas maiores e não estava usando um salto quinze.
- Ei você não pode me chamar de maluca e sair andando. – berrou Fernanda ainda com o copo de caipirinha na mão.
- Vá embora, sua louca.
- Pare porra! – e ao ouvir isso Eduardo parou.
- O que foi? O que eu te fiz?
- Droga, o que você fez? Você me mandou embora.
- E você queria ficar? – Eduardo perguntou agora com uma expressão surpresa.
O nível de álcool dos dois estava deixando-os mais corajosos com as palavras. Eles haviam pensado um no outro desde o dia em que fizeram sexo mais gostoso de suas vidas. Mas tinham resolvido deixar pra lá, uma vez que nenhum dos dois demonstrou querer algo a mais.
- Pra falar a verdade, eu queria! Porra, e você nem me perguntou.
- Eu...
- Você o que?
- Eu não sabia. Geralmente as mulheres vão logo embora. Ninguém nunca esta disposto a conhecer as pessoas melhor.
- Porra você não me perguntou se eu estava disposta. – Fernanda respondeu irritada - Talvez eu nem soubesse que estava, se você não tivesse me mandado embora. – agora a voz de Fernanda era quase um sussurro.
- Porra vocês mulheres são muito complicadas, sabia?

 Eles pararam de discutir por um minuto e ficaram se olhando. O desejo que sentiam um pelo outro era enorme. Eduardo deu um passo à frente e agarrou Fernanda pela cintura. Encostou sua testa na dela
- Então você esta disposta a me conhecer melhor?
- E você, esta disposto a me conhecer melhor?
- Acho que por você eu consigo abrir uma exceção.
- Ótimo, porque eu também abriria uma por você.
E eles se entregaram ao desejo que vinha pulsando entre eles desde o momento em que se viram na porta da boate. Suas bocas se engoliam em um beijo ardente cheio de paixão e desejo.

 


Final

Os primeiros raios de sol começavam a aparecer no horizonte e encontraram Fernanda na varanda, pensativa, enrolada em uma manta para se proteger do frio da madrugada. Estava perdida. Olhou para Eduardo através das portas de vidro que separavam a varanda do quarto. Viu-o se mexer e colocar a mão no seu espaço da cama. Procurando por ela. Ele se mexeu e resmungou alguma coisa que Fernanda não entendeu, e voltou a se aquietar em seu sono. Sentiu o coração aquecer simplesmente por observá-lo dormir. Parecia um menino. Às vezes ele conversava durante o sono e sorria.
Sim, estava muito, muito perdida. Desde aquela noite do reencontro na boate, há dois meses, que eles passavam todas as noites juntos. No apartamento dele. No dela. Iam juntos a todos os lugares. Jantavam juntos. Iam ao cinema. Estavam sempre juntos, em todos os lugares, em todos os momentos. Ela aprendera a conhecê-lo. Ele era muito bem humorado. Cantava no chuveiro. Cozinhava divinamente. Sempre deixava todas as luzes da casa acesa. Brincava como criança no banho, molhando tudo em volta. Era o máximo na cama. Estremeceu só de lembrar o que ele a fazia sentir. As coisas não poderiam estar melhor entre eles. Ou mais complicadas. Sim, porque seu dia começava e terminava com ele e por ele. Ele tinha se transformado no centro do seu mundo. Ela só se sentia realmente viva ao lado dele, rindo com ele, conversando com ele, fazendo amor com ele. Sim, estava na hora de parar de se enganar. Não era só desejo ou paixão desenfreada. Não era só aquela coisa louca de pele. Ela quase enlouquecera de saudade quando, naquela semana, ele anunciara que precisaria viajar por quatro dias para ajudar em um projeto de uma filial de seu escritório. Tinha sido um pesadelo sem fim ficar sem ele nesse período e o Paraíso na Terra quando ele chegou, na noite anterior.
E o que ela fez? Ela simplesmente deixara de ir trabalhar para recebê-lo, para estar com ele. Ela nunca fizera isso, jamais colocara homem algum a frente de seu amado trabalho. Nunca se permitira dormir com um, nem nunca permitira que algum dormisse em sua cama. 

Com Eduardo era diferente. Depois que fizeram amor e ele dormiu, exausto de todo o trabalho extra, ela teve tempo de raciocinar. Ela o amava. Silenciosamente ela saiu do quarto, indo para sala e vestindo as roupas que tinham sido jogadas lá, na noite anterior. Pegou sua bolsa e recolheu Nonoca, que dormia em sua caminha no canto da cozinha e saiu, sem olhar para traz.

Eduardo soube no momento em que abriu os olhos que havia algo errado. Fernanda não estava ao seu lado. Eles sempre acordavam juntos, nenhum levantava antes do outro. Para ele, essa era a melhor parte do dia.
Mas ela não estava aqui, e instintivamente, ele sabia que ela não estava em casa. Vestiu a cueca e procurou pela casa, o vazio do apartamento confirmando suas suspeitas.

Cinco dias depois, Fernanda estava sentada na varanda do seu quarto no hotel-fazenda em que estava hospedada, aproveitando os raios de sol que começavam a entrar no quarto quando ouviu fortes batidas na porta, seguidas de vozes alteradas. Ela se apressou para abrir e verificar o que estava acontecendo.  nem em seus mais loucos sonhos ela imaginou que abriria a porta e veria Eduardo, com um segurança tentando segurá-lo, enquanto ele discutia com o recepcionista.
-Eduardo?- Ela não conseguia acreditar que ele estava ali. Realmente ali.
-A senhora o conhece?- O recepcionista parecia duvidar.
-Sim, conheço. Eduardo, o que você faz aqui?- Ela estava realmente confusa.
-Fernanda, nós poderíamos conversar ai dentro? Não acho que esses senhores gostariam de escutar o que tenho a lhe dizer...
Droga, mas ele estava zangado. O rosto com a barba por fazer estava vermelho, os olhos tão frios e duros que por um momento ela pensou em se esconder para não falar mais com ele. Mas ela o amava, e cada minuto com ele era um alivio para seu coração traidor.
Ela somente abriu a porta para lhe dar passagem, enquanto agradecia aos funcionários do hotel e garantia que estava tudo bem. Ela fechou a porta atrás deles, e o silencio reinou no quarto. Ele estava de costas para ela, olhando pela janela, e ela não sabia o que fazer.
-Aceita um café? Eu estava agora mesmo pensando em...
-Café?- Ele se vira para ela, transtornado. Deus, ele estava mesmo irritado – Eu venho até aqui e você me oferece café? Você foge de mim, sai da cidade sem dizer nada, e me oferece café? – Eduardo se aproxima dela, ameaçadoramente. Ela se segura no balcão, mas não recua. Fernanda o encara de olhos arregalados. – Eu sou obrigado a procurar como cego por você, já que eu não conheço seus amigos. Eu tive que implorar... Implorar a um sujeito que eu nem conheço chamado Palmito por uma pista, por qualquer coisa que me levasse até você. Eu estou a dias sem comer, ou dormir, ou trabalhar, pensando em um jeito de trazer você de volta! Agora eu estou aqui nesse inferno de lugar e você me oferece um maldito café! – Ao final ele já estava gritando. Não conseguia acreditar que ela estava ali, tão linda em um robe de seda vermelho, enquanto ele estivera vivendo um inferno nos últimos cinco dias.

-Por que você está aqui, afinal? –Ela levantou o queixo, desafiadora. Não ia deixa-lo gritar com ela só porque o amava. – O que você quer? Eu não pedi nada a você... Eu simplesmente fui embora... Qual o seu problema?
-O meu problema é você, inferno! –Ele gritou ainda mais alto, passando a mão pelos cabelos. - O problema é que eu não consigo dormir sem você do meu lado! Não consigo passar bem o dia sem acordar com você, sem ouvir sua voz pelo telefone. O problema é que eu não paro de pensar em você ou em como eu estava feliz com o nosso mundo, a nossa vida! Que droga, você me fez te amar e depois me abandonou! Você simplesmente virou as costas para o que tínhamos e foi embora levando a sua maldita gata! – Ele se virou e foi para a varanda, deixando-a estarrecida.

Ele a amava? Ela caminhou até ele,parando ao seu lado.
-Por que você está tão zangado, Eduardo? Não tivemos o que você quis desde o inicio? Um relacionamento aberto e sem amarras, sem cobranças, cheio de sexo maravilhoso e sem sentimentos?
Ele a encarou incrédulo, resistindo a vontade de prendê-la contra a parede e mostrar como o sexo era maravilhoso.
-Eu não entendo você- Ele balançou a cabeça, cansado. – Todas as mulheres que já conheci queriam um compromisso. As namoradas dos meus amigos querem compromisso. Minhas irmãs querem compromisso. Eu quero compromisso! E você...
-Você quer compromisso? –Ela perguntou hesitante.
-Se eu quero? O que você acha que foi esses dois meses que estivemos juntos? Eu estava feliz com você, na minha casa, na sua casa, nunca importou onde! Eu só queria ficar com você!
Ela ficou em silencio, abismada. Ele realmente a amava? Ele tinha procurado por ela? Estava apaixonado por ela? A amava? 

Ele suspirou, exasperado. Virou-se para ela e a segurou pelos ombros, olhando-a nos olhos. 
-Eu amei você depois daquela primeira noite, Linda.  Mas eu não podia aceitar isso facilmente, não podia simplesmente abrir mão de minha liberdade... Mas você estava lá no meu sistema, você não saía dos meus pensamentos, eu a via por todos os lugares onde ia, eu não conseguia estar com outra mulher... Por que você estava por toda a parte, por que eu não me pertencia mais... Por que eu era seu, Fernanda.
Cada palavra que Eduardo aquecia o coração de Fernanda.  Abraçando-o, se aconchegou nos braços fortes e beijou delicadamente o pescoço dele. 
-Eu tinha tanto medo. Eu não queria que tivesse acontecido, não queria ter me apaixonado... A cadadia era mais difícil afastar-me de você, a cada dia você entrava mais no meu coração... Eu estava tão feliz com você... Não aprecia real, eu nunca havia sentido tamanha felicidade! Quando você viajou eu passei pelo inferno sem você. Foi então que comecei a perceber que eu o amava. O quanto a minha felicidade estava ligada a você. Era tão doloroso lembrar de como era minha vida antes de conhecer você, de fazermos amor, de você me mostrar como era realmente a felicidade. Eu te amo, Eduardo. Amo muito... – Um beijo apaixonado a interrompeu. Eles estavam novamente juntos, nos braços um do outro, e pelas próximas horas o mundo fora do quarto simplesmente deixou de existir.

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